Antes de começar a resenhar sobre o sábado de Ian Carey na Madrre, quero (e preciso) comentar com vocês o que é uma resenha. Tentarei ser breve: resenha é um tipo de texto que tem como objetivo principal apontar características comuns entre o objeto que está sendo resenhado e os demais objetos do gênero – é dizer: resenhar sobre uma festa é compará-la com outras semelhantes, abordar o comportamento do público na festa em questão e nas demais, estabelecer relação entre o set que o DJ fez na data que está sendo comentada e o set que nós já conhecíamos de download ou sobre o que diz o release. Por fim, o mais importante: é um texto que nos permite opinar, portanto minha opinião constará aqui e não me esforçarei pra que tudo seja implícito... sobretudo porque, enfim, resenharei sobre uma noite de House Music!
Acredito que uma entre dez pessoas que foram à Madrre ontem, esperava algo mais que uma noite onde o hit Keep On Rising fosse executado várias vezes com o diferencial de ter o produtor diante da pista que repetia o refrão quando ele diminuía o volume. Eu era uma delas. Conhecer um pouco mais do que o último sucesso que ele emplacou nos “Top Tudo” foi a base dessa expectativa. Sabia que se tratava de um americano (hoje, vivendo na Espanha) – filho de músicos, ex-integrante de uma banda de escola, na qual tocava bateria e “flechado” pela House Music no período em que trabalhou em uma loja de compra/venda/troca de músicas, um pouco depois de ter começado a se dedicar à discotecagem - tendo como influência os amigos que tocavam Hip Hop, o que naturalmente, fez com que ele se interessasse pelo mesmo.
Tinha certeza que podia esperar mais do cara que, dois anos atrás, havia estourado com Say What You Want, entre tantas outras que não alcançaram o mesmo lugar nos “Top Top Top”. Ian Carey possui inúmeros (inúmeros mesmo, não vou contar!) releases lançados por vários selos mundo afora e a impressão que tenho é que, assim que é lançada uma produção, as pessoas se degladiam para lançar remixes e mais remixes, o que garante uma outra TOP posição para o DJ, um número absurdo de downloads e, consequentemente, FAMA, meus caros.
O saldo da minha curiosidade foi uma conversinha de “cantinho de backstage” com a estrela da noite de sábado.:
Já esteve no Brasil antes?
Sim. Me lembro de ter passado por São Paulo, Curitiba, Brasília (e demonstra dificuldade para pronunciar Goiânia, mas é salvo pelo booker que confirma: “Goiânia também.”)
Sim. Me lembro de ter passado por São Paulo, Curitiba, Brasília (e demonstra dificuldade para pronunciar Goiânia, mas é salvo pelo booker que confirma: “Goiânia também.”)
E o que você me diz do público brasileiro? É muito diferente?
Hum... é bom! Depende muito de club para club, na verdade. A diferença maior não está no país, senão nos clubes.
Hum... é bom! Depende muito de club para club, na verdade. A diferença maior não está no país, senão nos clubes.
Algo especial para essa noite?
Sim, sempre. Sempre que vou tocar passo o dia anterior preparando o repertório.
Quanto a “Keep On Rising”, você esperava esse sucesso?
Sim!!! (risadas coletivas)
Sim, sempre. Sempre que vou tocar passo o dia anterior preparando o repertório.
Quanto a “Keep On Rising”, você esperava esse sucesso?
Sim!!! (risadas coletivas)
Me conte um pouco do seu início de carreira...
Bom... eu sempre estudei muito. Me interessei e passei grande parte do meu tempo me dedicando à isso. Acho que tem que ser assim, estudar muito, conhecer o que você faz como um todo... saber das novidades tecnológicas também. Tem gente que as utiliza, tem gente que não... Mas é importante conhecer. Assim, dá certo.
Bom... eu sempre estudei muito. Me interessei e passei grande parte do meu tempo me dedicando à isso. Acho que tem que ser assim, estudar muito, conhecer o que você faz como um todo... saber das novidades tecnológicas também. Tem gente que as utiliza, tem gente que não... Mas é importante conhecer. Assim, dá certo.
Alguma passagem especial desse tempo?
(risos) Me lembro de ficar de olho na internet... os downloads de set/track, o que comentavam... Me prendia muito à isso.
(risos) Me lembro de ficar de olho na internet... os downloads de set/track, o que comentavam... Me prendia muito à isso.
Bom... Posso dizer que no Brasil a House Music é muito mais fácil de ser vendida. É sempre muito bem aceita e, até pela abrangência da vertente, que é capaz de atender à uma grande parcela de público, acaba parecendo “fácil” ser DJ de House porque o sucesso é (QUASE) garantido. Essa realidade se aplica aos outros países por onde você passou ou, de fato, existe um espaço maior para o conceitual, para o novo ou para outras vertentes da música eletrônica?
Hum... é a mesma coisa. Há público para tudo. Na verdade, não há uma enorme diferença entre o Brasil e os outros países. Na Europa e na América o que agrada é o comercial. Há espaço para tudo, como disse. Inclusive o Minimal que está se mostrando cada vez mais.
Mas House Music é House Music…
Hum... é a mesma coisa. Há público para tudo. Na verdade, não há uma enorme diferença entre o Brasil e os outros países. Na Europa e na América o que agrada é o comercial. Há espaço para tudo, como disse. Inclusive o Minimal que está se mostrando cada vez mais.
Mas House Music é House Music…
Então… não é verdade dizer que o conceitual tem seu lugar ao Sol...
(com um sorriso de canto de boca que mais parece dizer “quem disse isso?”)
NO!
(com um sorriso de canto de boca que mais parece dizer “quem disse isso?”)
NO!
Encerro a entrevista e minutos depois ele abre o set com Keep On Rising. Passou pelo Electro (um pouco pesado), por conta de ter pego uma pista fervendo depois do Warm Up de Progressive do DJ Enrico Masiero. Em seguida um pouco de Club House, mais Electro (agora bastante comercial) e Tribal! Soube levar a pista do início ao fim do set, tinha a fórumla do sucesso em um papelzinho que carregava junto ao modesto case de CD’s. Hits como Let Me Think About It, Rise Up, uma versão fantástica de Born Slippy levaram a pista à loucura com gritos ensurdecedores, assovios mais altos ainda e mãozinhas pra cima. Ele, muito sério, esboçava um sorriso e não se surpreendia com a reação do público... como se tivesse certeza do quanto é bom no que faz.
O sábado de Ian Carey parecia ser um repeteco mais enérgico da noite de Milk & Sugar: House Music para uma galera que passa longe de saber de onde veio a vertente, mas reconhece os hinos e nos deixa concluir que trazer grandes nomes à Salvador, vale à pena. Músicas boas, músicas não tão boas, mas a idéia é a mesma: a pista de um dos melhores clubes de Salvador sempre tem oportunidade de ter contato com os maiores (atuais) ícones da música eletrônica mundial e a reação do público deixa claro que as Super Stars que pisam naquele palco merecem o título.
Antes do mais esperado, o mais respeitado. Enrico Masiero abriu a noite com um Warm Up dígno dos aplausos que recebeu ao passar a pista para o Houseiro. Com o intuito de difundir o Trance e, de maneira geral, a música eletrônica, o careca mais simpático de Salvador vem mostrando que confiança e boa vontade nunca são demais e, ao mesmo tempo que apóia projetos como a Dance 4 Loife, abraça e aposta em novos talentos como é o caso de Fernando Petersen (que participou do After de sábado) e do Informe Eletrônico, que contou com total apoio do DJ.
Antes de terminar o texto (mas já terminada a resenha), preciso deixar um Super Obrigada ao já citado Enrico Masiero, em nome da equipe do Informe Eletrônico. Gracias, Golden Boy, muito mais pela confiança que você deposita na gente do que pelo simples fato de ter nos servido de influência tão útil no sábado.
Júlia Galvão (Gema Carioca Consultoria - http://www.gemacariocamusic.blogspot.com/)
12 comentários:
uhuuuuuuuuu ficou massa a resenha! é uma pena q eu não fui...mais deixa pra próxima! sem falar q o Ian é mó filé....mais já tem dona:Júlia Galvão rsrsr
o mega hit "Keep on rising" já era sucesso desde 2000 com a original " rise" http://www.youtube.com/watch?v=yXpBq2SaIjM
a esqueci do bjo!!!!
beijão Júlia vc detonaaaaaaaaaaaaaaaaa
gata..gotoza!
xero
ps<> vou roubar o Ian pra mim
juuuuuuuuuulia ce gosta de escrever heim!
hehehe
muito boa a "resenha" rsrsrsrs
essa entrevista ae entao nuussa heheh
very good!!
beijoo gatinha!!!
huaauauha
não era sucesso não, viu gatinho??? estudei antes de escrever! existia, somente. Hunf hunf! deixe meu marido quieto! :P
era sucesso sim gata! já dancei muito essa música um dos melhores hits de 2000....mais com a versão nova de IAN ai sim o mundo ficou conhecendo ....rsrssrsr bjo
PS<> só os nerds sabem de tudo..opss quase tudo....
Eu tenho medo de comentar... :S
Essa entrevista rendeu foi muito! Júlia daqui a pouco já pode escrever o livro "Ian Carey: vida e obra". uheuehueuhe
Sou pouco conhecedor da música eletrônica, mas é uma sensação incrível ouvir esse estilo de música.
Tenho que a agradecer a você e Bel por me mostrarem o lado bom da vida!
Parabéns pela resenha muito bem redigida.
bjos!
Bom, acompanhando Nando.."tenho medo de comentar", rs. De qualquer forma AMEI a coisa explicativa da resenha. Temos mesmo que deixar claro quando, porquê, como e quanto podemos falar. Enfim, foi briga feia entre Robix e Ian, mas cada qual levou seu público e os dois deram show de bola (pelo que fui informada, mesmo sem estar em SSA). Certo é que com hit ou sem hit, você escreve bem! Voilà!
parabéns jú...
massa a resenha.
pena q eu tbm não fui. :(
bjxxx
ass.: dj lunae
essa tal "patricinha do mainstream" botou pra lá hein? hehe
excelente texto ;)
bjus!
ah! faltou assinatura!
David Galvão ;)
gracias, irmão... agradeça a deus tds os dias por vc ter um D no final do seu nominho, fofo ^^
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