Não é tempo suficiente para uma balada, mas foi só o que eu agüentei dentro da Lotus. Aliás, dizer “Lotus” tem tanto peso que eu nem quero aceitar a realidade e unir o nome ao que vi ontem.
O caixa armengado denuncia a recente reforma da casa – aliás, talvez o primeiro de uma série de erros. Conseguiram diminuir o espaço em, pelo menos, 30% a olhos leigos, os meus. Diminuiram também o investimento em comunicação, já que o que se via estampado nas paredes eram flyers, os mesmos que são distribuídos na rua, ou seja, a estrutura – agora precária – não merece sequer um cartaz decente.
Na mesma parede onde sobram grampos expostos (que seguram o tecido que reveste a estrutura do projeto de caixa), existem também os dois quadros onde mora a memória da casa que conhecemos há alguns anos. A Lotus que cobrava um número de três dígitos para as entradas masculinas, que tinha uma real lista VIP e que, naquele tempo, foi considerada “o melhor lugar para dançar”, segundo a revista Veja. Chega a ser triste, ao mesmo tempo que é inacreditável, que aquele club glamouroso com cara de New York que conhecemos há alguns verões, já não existe mais.
Para casar com a estrutura (ou falta de), a decoração brega e de extremo mau gosto. Funcionários com chifrinhos de diabo e corações espalhados pelo teto da casa denunciavam uma mistura de ambiente caloroso e profano – tudo para tentar seguir o tema da festa, que era “Single Party”. Parece até humor negro, mas pretender que uma pessoa encontre alguém interessante num ambiente daquele, chega a ser maldade.
Para não dizer que foi a pior experiência da minha vida, salvam-se o som e os DJ’s. A qualidade do som da boate não está inferior, embora pudesse estar melhor. E os DJ’s... os DJ’s eu sempre defendo! Só por se dedicarem a fazer noite numa cidade como Salvador, eles já merecem o Nobel. Enrico Masiero, numa versão muito mais pop e muito agradável também, e Hugo Haus, residente da casa, electro para dar e vender. Aliás, vender não. Ninguém paga pra entrar na Lotus. Pelo menos isso...
4 comentários:
Oiii pessoal, então não quero aqui defender as partes envolvidas e sim fazer a “advoga do diabo” rsrs. Eu sempre freqüentei a casa amo a Lotus, acho que da antiga para a atual houve sim muitas melhoras ate na decoração agora mais moderna. Realmente eu não olho tantos detalhes como grampos na parede posso ser errada mesmo em ir para balada e só querer curtir sem ver erros detalhes. Queria saber onde estão os vips da cidade pois rodo toda semana boates e não vejo, nem tenho visto na Lotus tb não. Assim tenho que reclamar da fila da Lotus sempre desorganizada na porta, pessoas em lista dizendo que é vip, lá todo mundo é vip menos eu rsrsr. Valeu a todos vamos da uma força para noite baiana !!!
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Olá Julia,
Trabalho na Lótus e estou aqui apenas para agradecer o comentário e lembrar que o te deixou chateada foi apenas o que é externo. Coisas como decoração, enfeites e cartazes a gente pode consertar.
Realmente a boate está menor, mas como dizem que “tamanho não é documento”, ela continua glamourosa como sempre! Ainda continuamos cobrando ingressos, caso você não saiba. Lembro também que você só entrou de graça com muito custo, pedindo a uma promoter, que por sinal é sua amiga e conhecida a anos!
Talvez realmente a Lótus não faça o seu estilo, e não vamos brigar por algo que fica na rua de trás!
Mas obrigada por lembrar da nossa boate. Vai ser um prazer recebê-la novamente, pagando dessa vez.
"muito custo" é até exagerado, já que eu tinha como entrar por Natália, a promoter (a pedido dela, inclusive) - ou por Enrico, que minutos antes apenas me pediu os nomes. Aliás, é assim em qualquer lugar. Já nem vale a pena discutir o conceito de VIP em Salvador, mesmo porque VIP aqui nessa cidade é quem gasta e isso eu jamais faria porque não tenho como gastar 2 mil rais de água numa noite. Mas o que coloquei foi: todo mundo é VIP na Lotus e glamour é tudo o que passa longe da casa (nos dias de hoje) - e me mantenho!
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