terça-feira, 23 de dezembro de 2008

[MATÉRIA] Soononmoon (entrevista com DJ Nazca) - Part 2


Estamos publicando hoje a segunda parte da matéria/entrevista com DJ Nazca. Se perdeu a primeira parte, leia aqui!

[Parte 2]
Voltando de Trancoso, em 1997, DJ Nazca trouxe na mochila idéias com o que viu na paradisíaca cidade. Para coloca-las em prática, decide fundar o coletivo Soononmoon que foi o primeiro núcleo do gênero no Norte/Nodeste e atualmente é respeitado nacionalmente. "O nome Soononmoon eu vi pichado no último andar de uma casa. Uma atitude ousada de quem pichou afirmando 'Em breve na Lua'".

Em Agosto do mesmo ano (1997) a Soononmoon produz seu primeiro evento e a primeira rave de Salvador, a "Antes da Tempestade" que logo de cara levou 400 pessoas para o espaço do Juvená em Itapuã (Em frente ao Sofitel).

Nazca ainda voltou mais uns anos em Trancoso. Entre 1997 e 2000 ele presenciou Reveillons históricos e encontrou nas festas grandes nomes como Etnica, Raja Ram, Cox Box e Paulo Lopez, sendo esse último cego. "Estava ouvindo o Paulo Lopez tocar quando me perguntaram se eu estava gostando do 'cego'. Pensei esse ser o nome artístico do cara quando a pessoa me disse que de fato ele era cego! Achei muito interessante como ele lidava com os equipamentos e maneira dele escolher os CDs para tocar e ainda com uma técnica fantástica".

Em 2000 Trancoso "saturou" e com isso a qualidade caiu dos eventos cairam levando à falta de estrutura e segurança. Nesse ano os brasileiros tomaram conta, daí começou a comercialização do Psy e começaram a aparecer também os traficantes. "Cheguei lá em 2000 e as festas, que antes eram 'gratuitas', estavam cobrando entrada. A comercialização do Psy foi bom para o crescimento mas trouxe também a popularização acarretando a queda de qualidade nas produções musicais e um conceito deturpado de rave".

Nesse período, a Soononmoon fez 4 festas. A Zoombeedoo em 1998, a Ogumadélico em 1999, a Sentapua em 2000 que levou 700 pessoas ao Forte São Diogo e a Tsunami. A Tsunami foi a primeira rave fora do perímetro urbano da cidade. A festa aconteceu na Barraca Honolulu (Stella Mares) e levou 1500 pessoas.

Desde então as festas não pararam de acontecer. Produziram mais uma Tsunami (2001) para 1000 pessoas, 2 Bleep (2001 e 2002), a Silex 303 (2002) que foi a primeira festa para mais de 2000 pessoas e a Hexalia (no CIA em 2004), primeira rave em sítio.

No ano de 2005 começa o projeto Pulsar que durou 7 edições. A proposta do projeto era 100% rave e da 1ª até a 6ª o som predominante era o Psy. As Pulsar's 1, 2 e 3 aconteceram na estrada do CIA e levaram 500, 400 e 1000 pessoas respectivamente. As Pulsar's 4, 5 e 6 foram em Pituaçu, sendo a quarta com 1700, a quinta com 1300 tendo pela primeira vez um som "diferente", 2 projetos em "low bpm", e a sexta levou nada mais nada menos que 2800 pessoas.

Após a 6ª edição, a festa teve que sair de Pituaçu pois os moradores da região começaram a reclamar da potência do som. "Na sexta edição a Sucom apareceu lá para mandar acabar com a festa. A festa estava lotada e tinha fila na porta esperando gente sair para poder entrar. Os agentes não acabaram com a festa mas esta foi a última edição permitida em Pituaçu".

No início de Setembro de 2007 aconteceu em Arembepe a última edição do projeto Pulsar. A Pulsar 7 dessa vez veio com uma proposta ousada e investimento pesado. A Pulsar Festival teve uma mega estrutura, com 3 pistas (Alto, Médio e Baixo Silício) e a proposta de misturar os estilos em uma só festa. No Alto Silício estava a pista com o som Psy, no Médio Silício estavam presente o House, Drum N Bass, Techno e Trance, e no Baixo Silicio o Chillout.

"A Pulsar Festival não teve o retorno que esperávamos. Na verdade acho que o projeto já deu o que tinha que dar."

Em breve virá a 3ª e última parte da matéria falando das Auroras, do novo projeto Atmosfera e os principais projetos da Soononmoon.

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